Já faz um tempo que não falamos sobre a Kami por aqui, então nada mais justo do que compartilhar com vocês um pouco do que tem sido nosso dia a dia! 🙂
Esses primeiros meses do ano não foram nada fáceis, quem nos conhece pode acompanhar todo a agonia que passamos por conta do quadro em que a Kami se encontrava. A Kami envelheceu de uma vez tudo o que não tinha envelhecido em 14 anos, e envelhecer não é nada fácil…
Nosso fevereiro se resumiu em internações e muitos, mas muitos exames mesmo. Foi uma época de adaptação, onde tínhamos que perceber quais as medicações estavam fazendo bem a ela e as que faziam com que ela se sentisse bem mal, e essa parte foi bem difícil. As medicações que faziam mal não faziam só um pouco mal, faziam MUITO mal, foi esse o motivo da última internação da nossa pequena, ela estava vomitando sangue e as fezes dela eram puro sangue também. Nunca vi a Kami tão abatida como naquela manhã em que a levamos para o hospital, eu tive certeza de que aquela seria a última vez que iríamos nos encontrar e isso partia meu coração.
Lá no VetQuality eles possuem horários de visita onde você pode conversar com o veterinário responsável por aquele turno, tirar as suas dúvidas e passar um tempo com o seu pet, mas com a Kami foi um pouco diferente, estávamos indo lá para dar o almoço e a janta, afinal de contas ela só queria comer da minha mão. Meu dia era basicamente acordar, ir pro hospital, voltar pro casa e já voltar pra lá, o espaço entre uma visita e a outra era pequeno, então posso dizer que passei a maior parte do meu tempo por lá.
No último dia, a neurologista da Kami veio conversar comigo. Sabe aquelas conversas que a gente nunca quer ter? Pois bem, foi esse tipo de conversa…
Os resultados dos exames tinham saído e o diagnóstico não poderia ser pior, ela realmente estava com um tumor bem grande que ia da sua cabecinha até a cervical, ou seja, inoperável e sem cura. Mas e agora? O que nós vamos fazer? Foi um choque de realidade e muitos questionamentos.
Confesso que depois de ver a Kami passando mal por tantos dias o nosso único desejo era ver a Kami vivendo bem, na medida do possível, claro.
Nessas horas nós temos que ser realistas, sabe? Por mais que doa e seja difícil. As alternativas eram a quimioterapia ou tentar controlar na medicação que ela já estava acostumada, nenhum dos dois era um tratamento definitivo, a diferença era que um provavelmente ela se sentiria muito mal e no outro nem tanto.
Ela já está com 14 anos, então o “nem tanto” pareceu a melhor alternativa, o que essa pequena precisa é de qualidade de vida, muito colo, muito carinho e muitos beijos.
E é isso que ela está tendo: Qualidade de vida! Mudamos toda a sua alimentação, trocamos a ração por alimentação natural e ela se adaptou super bem, e sabe qual a melhor parte disso? Ela ganhou pesou, está mais forte do que nunca.
Além disso a convivência dela com o Boris e a Laila não podia estar melhor, agora ela tem pique pra correr e brincar com os dois.
Sabe, eu sempre soube que a Kami era grata, mas nunca pensei que fosse tanto assim. Ela é uma guerreira, ama a sua vida!!! Eu sinto todos os dias que ela, da maneira dela, tenta nos agradecer nos dando todo amor e carinho do mundo por não termos desistido dela.
Ouvimos muitas coisas, mas muitas coisas mesmo em relação a saúde da Kami, boa parte dos comentários eram sobre sacrificá-la, porque o tratamento sairia caro demais para uma doença sem cura, mas ela é uma vida oras, ela faz parte das nossas vidas e nós fazemos questão de tê-la fazendo parte da nossa vida.
Eu não poderia estar mais feliz com a decisão que tomamos em simplesmente deixá-la viver, aliás…nem ela! 🙂
Kami, nossa princesa, nós te amamos MUITO.